Jogador incitou pancadaria no Campeonato Carioca para evitar comemoração

11/02/2023 às 17h14

Por: Jônatas Mesquita

Qual é a primeira coisa que acontece quando um time é campeão? Após gritos de euforia e rezas de agradecimento, é comum que os jogadores deem uma volta olímpica pelo estádio, saudando e celebrando o título com sua torcida.

Em 1966, porém, o Bangu não pode comemorar a sua vitória da forma tradicional. Tudo por causa de um jogador esquentadinho, que fez parte da Seleção Brasileira na época de Pelé (foto acima).

Almir Pernambuquinho

Almir Pernambuquinho e Écio Capovilla

Almir Moraes de Albuquerque, ou apenas Almir Pernambuquinho, como era conhecido, nasceu em Recife no dia 28 de outubro de 1937. De temperamento briguento, encrenqueiro e explosivo, começou sua carreira no Sport em 1956.

Logo, transferiu-se para o Vasco (na foto acima com Écio Capovilla), o que deixou sua mãe aflita com medo de que ele se perdesse longe dela. Atacante habilidoso, firmou-se como craque, ganhando títulos e sendo convocado para a Seleção Brasileira.

O jogador passou por clubes como Corinthians, Boca Juniors, Santos, Flamengo e América RJ, mas um dos episódios mais marcantes protagonizado pelo atacante foi na decisão do Campeonato Carioca de 1966.

Mau perdedor

Flamengo e Bangu 1966

Naquele ano, Almir Pernambuquinho jogava pelo Flamengo, onde chegou em 1965. Na partida de 18 de dezembro de 1966, o rubro-negro, atual campeão estadual na época, reeditou a última final contra o Bangu, que havia sido vice-campeão por dois anos consecutivos.

Provocador como ele só, o jogador havia declarado dias antes da partida que só havia uma volta olímpica na decisão, a do Flamengo.

O jogo, que contou com um público recorde na época, juntando 143.978 pagantes, foi dominado pelo time do Bangu. No intervalo o Flamengo já estava com dois gols de desvantagem. Quando a partida estava 3 a 0, no início do segundo tempo, Pernambuquinho resolveu agir.

Acreditando que o juiz e o goleiro do seu time estavam comprados, ele resolveu acabar com o jogo. Aos 26 minutos do segundo tempo, ele aproveitou uma discussão entre Ladeira, do Bangu, e Paulo Henrique, do Flamengo, para iniciar uma briga generalizada.

Expulso, o destemido atacante estava se retirando do gramado quando deu meia-volta e correu em direção ao centro do campo para desencadear uma pancadaria antológica.

Tiro, porrada e bomba

Flamengo e Bangu 1966

Com a torcida gritando “porrada”, Almir chamou todos os jogadores do Bangu para a briga. Era um campeonato aberto de pontapés, socos, voadoras, inúmeras agressões e xingamentos de tudo quanto era lado.

Finalizada a confusão, o juiz expulsou nove homens, quatro alvirrubros e cinco rubro-negros. Como o mínimo permitido para um time é de sete atletas, o jogo foi encerrado.

O Bangu, então, finalmente saiu da fila e faturou o segundo título carioca de sua história. No entanto, graças a Almir Pernambuquinho, não conseguiu dar a volta olímpica.

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