Se foi cedo: infarto fulminante levou narrador da Globo e Record

Em 2014, com a Copa do Mundo no Brasil prestes a começar, o país perdia o talentoso jornalista Maurício Torres, de 43 anos, que teve passagem pelo Grupo Globo e Rede Record. O narrador ficou internado durante um mês devido a uma infecção pulmonar e acabou falecendo.

Maurício Torres (Reprodução / Web)

De acordo com a coluna do jornalista Flávio Ricco, no UOL, do dia 1 de junho de 2014, Maurício se sentiu mal durante um voo que fazia entre Rio de Janeiro e São Paulo. Logo após desembarcar, o apresentador foi direto para o Hospital Sírio Libanês, onde foi constatada uma arritmia cardíaca.

Após uma bateria de exames mais rigorosos, foi descoberta uma infecção. Mesmo com o tratamento à base de antibióticos, o quadro não regrediu e seu estado de saúde foi ficando cada vez mais crítico.

Maurício morreu em 31 de maio de 2014, deixando a esposa Susana Naspolini, também jornalista, e a filha do casal, Júlia, que tinha apenas oito anos na época.

Carreira e coberturas

Maurício Torres começou a carreira no Sistema Globo de Rádio. Na década de 1990, ele iniciou a narração de jogos para a Globosat. Em 1996, o jornalista entrou para a Rede Globo.

LEIA TAMBÉM:

● Ídolo do Flamengo tentou de tudo, mas perdeu luta contra câncer terminal

● Pavor: astro tinha que ser dopado para conseguir andar de avião

● Antes do VAR: juiz se deu mal ao expulsar jogador errado do Corinthians

Torres cobriu diversos eventos esportivos pela líder de audiência, como Copas do Mundo, Jogos Olímpicos e Jogos Pan-Americanos. Além das reportagens in loco, Torres também participava dos programas da casa, apresentando os boletins esportivos, como no Bom Dia Brasil, ou sendo âncora, como no Globo Esporte.

O apresentador ficou na emissora carioca até 2005, quando trocou o Rio de Janeiro por São Paulo para trabalhar na Rede Record. Pelo canal de Edir Macedo, Maurício apresentou os programas Esporte Record, Esporte Fantástico e Esporte Record News – este no canal Record News.

Os maiores destaques durante seu período de atividade foram a cobertura dos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta/EUA), 2000 (Sydney) e 2004 (Atenas) e dos Jogos Pan-Americanos de 1999 (Winnipeg/Canadá), 2003 (Santo Domingo/República Dominicana) e 2007 (Rio de Janeiro).

Ele cobriu duas Copas do Mundo (França – 1998 e Coreia e Japão – 2002) e também narrou o Mundialito de Futebol de Areia de 1997 (Figueira da Foz/Portugal) e as decisões da Liga Mundial de Vôlei (2001 e 2003), além do Grand Slam de Judô 2009 e das coberturas presenciais dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 (Vancouver/Canadá) e 2014 (Sóchi/Rússia).

Reencontro

A esposa de Maurício – Susana Naspolini – também acabou morrendo precocemente e nos deixou no dia 25 de outubro de 2022, aos 49 anos, vítima de câncer. A repórter travava sua quinta batalha contra a doença. Em entrevista ao jornal Extra, em setembro de 2021, ela afirmou não temer a morte e revelou sua convicção no reencontro com duas pessoas queridas: o pai Fúlvio e o marido Maurício Torres.

Fúlvio morreu em 2021, enquanto Susana Naspolini se dedicava ao livro Terapia com Deus. Na época, no depoimento que concedeu ao Extra, a jornalista definiu a perda do pai como o momento de maior tristeza de sua vida. O falecimento de Fúlvio coincidiu com o processo de escrita da obra e influenciou as reflexões de Naspolini sobre a morte.

O casal de jornalistas partiu cedo, deixando saudades e a lembrança do bom trabalho prestado durante toda a carreira.